As comunidades de Mpwiri e Muholone, no Posto Administrativo de Pilivili, Distrito de Moma, Província de Nampula bloquearam, semana passada, a empresa Kenmare que fazia a prospecção de areias pesadas, no quadro de um plano de expansão da sua actual área de exploração daquele minério raro.
Segundo SEKELEKANI apurou no local, o conflito surgiu quando máquinas da empresa irlandesa penetraram na área das duas comunidades, invadindo machambas com culturas, para realização de actividades de prospecção e colocação de marcos.
As duas comunidades reuniram-se com representantes da empresa, procurando saber sobre a indemnização que lhes seria paga, pela destruição das suas culturas. A esse respeito, a empresa teria comunicado que pagaria o valor de 7,50Mts por cada planta de mandioca, quantia considerada pelos camponeses como muito irrisória.
Na falta de acordo, as comunidades das aldeias de Mpwiri e Muholone solicitaram à Kenmare a retirada das suas máquinas das machambas e, a seguir, bloquearam as vias de acesso, com tronos e ramos de árvores.
Nas palavras de Sábado, da comunidade de Mpwiri, as pessoas “estão cansadas de promessas falsas da Kenmare”, a qual, desde a sua entrada no distrito de Moma, há quase 10 anos, teria aliciado os camponeses locais com promessas de “criar postos de trabalho, construir escolas e abrir furos de água”.
Ainda no âmbito da sua revolta, a comunidade de Mwiri decidiu destituir o Secretario do bairro, Agostinho Momade, acusando-o de conivência com os interesses da empresa, em detrimento dos direitos da sua comunidade. Um novo representante foi escolhido.
Entretanto, a empresa Kenmare já colocou tubos e selou com betão os possíveis lugares de onde vão extrair os minérios, no quadro da expansão da sua área de exploracao destes recursos naturais.