A 22 de Março, o mundo celebrou o dia da Água. Um direito humano ainda não exercido por todos. Os desafios para ter acesso água potável ainda persistem, clamando por mecanismos urgentes que possam garantir que este bem precioso seja um direito efectivo.
Para este ano, as comemorações versam sobre o lema “Água e emprego”. O sector da água deve ser visto e encarado como prioritário para o desenvolvimento do país. Segundo dados da Organização das Nações Unidas, 1/3 da população mundial não tem acesso a serviços de saneamento básico e água potável, significando cerca de 2,4 bilhões de pessoas afectadas.
Em Moçambique, os dados indicam que mais de 7 mil crianças morrem anualmente de diarreia causada pelo consumo de água suja e falta de saneamento . Uma situação preocupante, e que merece atenção devida.
De acordo com dados do Inquérito Demográfico e de Saúde, 2011, estima-se que apenas 51 por cento dos agregados familiares em Moçambique bebem água de fontes melhoradas. E as disparidades no acesso à água entre a zona urbana e rural são altas, 84 e 37 por cento, prospectivamente.
Esta situação enfraquece o desenvolvimento do país, o que requer uma maior e melhor intervenção do Governo, com vista a criar condições que garantam o acesso a água potável e saneamento seguro por parte de toda a população. Este é um desafio a ser alcançado até 2030, de acordo com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, que incluem no seu objectivo sexto “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”.
O fraco acesso da água coloca em risco a protecção da criança e da mulher, sobretudo da rapariga, pois são elas que vão à procura desse bem precioso, sendo obrigadas a percorrer longas distâncias, o que pode afectar negativamente o processo de ensino e aprendizagem das raparigas e o direito a brincar das crianças.
