Esta Quinta-feira, dia 8 de Outubro, agentes da Policia da República de Moçambique (PRM), na Vila-Sede do Distrito de Palma, Província de Cabo Delgado, confiscaram o telemóvel de um cidadão de nome Nico Mateus, alegando precauções de segurança.
Nico Mateus, residente no bairro de Senga, faz parte de um grupo de camponeses e pescadores locais, preparados como paralegais (pessoas dotadas de conhecimentos básicos sobre direitos humanos). No início do mês de Agosto, Nico Mateus fez parte de um grupo de 16 activistas sociais, baseados em diferentes comunidades das províncias de Nampula, Cabo Delgado e Tete, que receberam formação sobre o uso de Medias Sociais (SMS, Facebook, Whatsapp…) para a prática de jornalismo de cidadania junto das respectivas comunidades. A função destes activistas sociais é reportarem sobre assuntos ou ocorrências de relevo junto das suas comunidades e canaliza-las para a Agência de Informação da Sociedade Civil (CIVILINFO), onde são editadas e disseminadas para o conhecimento geral. O telemóvel é propriedade do SEKELEKANI, organização fundadora e editora da CIVILINFO.
Ao darem-se conta de que este activista estava na posse de um telemóvel ʺsmartphoneʺ, as autoridades policiais mandaram-lhe uma intimação, para se apresentar no comando distrital, com o referido aparelho. Uma vez no Comando Distrital, os agentes da PRM quiseram saber onde ele teria adquirido o telemóvel e para que fim. No fim do interrogatório, eles confiscaram-lhe o telemóvel, alegando recear que o mesmo possa ser usado para agravar o ʺclima de tensão político-militarʺ que se vive no país. Entretanto, a PRM recusou-se a passar qualquer documento confirmando a confiscação do telemóvel e as razões do acto.
